sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Um bom campeão

Não quero desmerecer a vitória do Flamengo - justa e emoldurada por uma linda festa da torcida rubro-negra - muito menos o time do São Paulo, que lidera com justiça e competência o Campeonato Brasileiro. Mas quero dar um pitaco sobre o Tricolor paulista, que está com a mão na taça.
O São Paulo será o legítimo campeão brasileiro de 2007, a quinta conquista do clube do Morumbi. Mas o campeão brasileiro de 2007 é um bom time. É só um bom time. O campeão brasileiro de 2007, que vai ganhar com sobras o campeonato, é só um bom time. Acho que devemos refletir sobre isso.
É claro que o São Paulo soma outros atributos para: um grande técnico, um elenco equilibrado (a distância técnica entre titulares e reservas não é enorme), bom preparo físico, boa estrutura. Num campeonato de pontos corridos, isso conta. E muito. Mas esse São Paulo mete muito medo? É um rolo compressor? O instável Flamengo ajudou ontem a provar que não.
O Tricolor tem uma bela defesa (e isso tem deseqüilibrado), mas é inferior ao São Paulo campeão do mundo e ao São Paulo campeão brasileiro no ano passado.
O torcedor do São Paulo tem mais é que comemorar e tirar onda: vai ser pentacampeão brasileiro sem ter um grande time. Torcida e clube têm todo direito de tirar essa onda.
Aos outros, cabe a reflexão: o que está acontecendo?

A SE-NA-DO-RA!

Vocês já viram a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) falando? Ela tem a mania de falar PAU-SA-DA-MEN-TE CO-MO SE ES-TI-VES-SE SE DI-RI-GIN-DO A AL-GUÉM COM PRO-BLE-MAS DE COM-PRE-EN-SÃO.
Na última quarta-feira Jô Soares deu uma definição sensacional sobre a maneira de falar da senadora.
- É a única pessoa que eu conheço que fala em letra de forma.


quinta-feira, 4 de outubro de 2007

A loura da Estação Largo da Carioca

Logo hoje, que eu não estava preparado para grandes encontros, aconteceu. Foi no metrô.
Ela desceu a escada ao meu lado. Eu desci sempre dois degraus abaixo, em ritmo constante, para ter a estratégica visão de baixo para cima, como os fiéis contemplam as imagens.
Não farei detalhados comentários dos atributos físicos. Ela não é deste planeta. Não é, nunca foi. Está aqui de visita, para inocular inveja em outras mulheres e promover o desatino no coração dos homens de bem.
Aproximava-se o fim da escada e a angústia crescia: para qual direção ela iria? Eu ia para o sentido zona sul, a vida me obrigava a isso. Ela dobrou, sem me olhar (jamais me olhou) e foi esperar o trem do sentido zona norte.
Eu desconfiara desde o início: nossas vidas corriam em trilhos diferentes, em sentidos opostos. Não era para ser, mesmo. Paciência.
Vida que segue.
Next Stop Cinelândia Station.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!

Renan Calheiros está achando que as vaquinhas do "CowParade" espalhadas pelo Rio são provocações montadas pela oposição para lhe provocar, numa alusão indireta aos seus boizinhos que tanto lhe deram dor de cabeça.
Não tem nada a ver, rapaz! O "CowParade" é a maior exposição de arte de rua do mundo, é coisa antiga. Fique tranquilo...Vai ler tua Playboy, vai!

domingo, 30 de setembro de 2007

O templo sagrado das almofadinhas

Eu já tinha ido ao Cine Leblon. Uma ou duas vezes, no máximo. Na sexta-feira voltei lá, para ver o inesquecível "Piaf - Um hino ao amor" (o filme é assunto para outro post). E Cine Leblon merece uma homenagem.
O Cine Leblon é um desses lugares que a gente acha que não existe mais. Mas existe, ali na esquina da Ataulfo de Paiva com Carlos Góis. É um cinema antigo e grande.
Um cinema grande tem o aconchego típico das salas de cinema por um simples motivo: tem cara de cinema. Nada contra as salas modernas - algumas muito boas, algumas muito ruins. Mas o Cine Leblon é um foco de resistência que deve ser elogiado e homenageado. Imagino que alguma igreja já tenha se interessado em comprar o cinema para montar seu púlpito de expulsar capetas.
Sai pra lá, Pastor, que esse templo da Sétima Arte não lhe pertence!
Como se não bastasse o charme já natural da sala, elas estão lá, empilhadas na parede lateral da enorme sala. Elas, as almofadinhas. As poltronas do Leblon são antigas e baixas, e por isso o cinema oferece almofadinhas quadradas para elevar corpos e espíritos.
O mais divertido é reparar nos baixinhos que olham as almofadas com ar de desdém antes de se sentarem. Dois minutinhos depois lá estão eles, carregando uma para a poltrona, cabeça baixa, meios constrangidos, admitindo que sem elas o pesçoco sofreria. Vai lá, rapaz! Apanhe a almofadinha. Vai lá, baixinha, pegue logo! Você vai se sentir a Cláudia Raia!
Não fiquem assim, baixinhos! Você é um felizardo, não têm do que se envergonhar! Você está num cinema-com-cara-de-cinema, que ainda distribui almofadinha para transformar você num gigante por duas, três horas. Agradeça a Deus, você é um privilegiado!

E não se esqueça, no fim da sessão, de devolver a almofadinha à pilha na parede lateral. Outros baixinhos vão precisar delas. Todo mundo merece uma chance de crescer na vida.