O Fluminense fez história, sim! E uma grande história! Mas a classificação para a decisão da Libertadores não teve nada de heróica.
Ouvi esse adjetivo duas vezes hoje, de um torcedor na rua e de um radialista. Ele é perigoso: às vezes pode sugerir algo inesperado, surpreendente, sobrenatural. Heroísmo não é isso, mas no terreno pantanoso das verdades do futebol acaba adquirindo essa conotação.
O Fluminense eliminou o Boca porque é melhor. Tem um time muito mais equilibrado do que o argentino. Quantos gols o time tricolor tomou na Libertadores? Nove. Quantos levou o Boca? DEZOITO. Onde está o "heroísmo" quando um time elimina um adversário que tomou o dobro de gols? Será que isso não quer dizer nada?
O Boca é um time ofensivo, é um clube de uma cultura ofensiva no futebol, mas a atual equipe não tem um sistema defensivo capaz de bancar essa disposição de atacar. Esse time que assustava tanto o Fluminense e a crônica esportiva brasileira tomou CINCO gols do Tricolor. E poderia ter tomado mais, aqui e lá, com toda a pressão feita em Buenos Aires.
O Fluminense que eliminou o Boca é o melhor time da Libertadores. Se vai ser campeão ou não, aí é outra história. Mas a marca da conquista não será o heroísmo. Será a competência.
