quinta-feira, 5 de julho de 2007

Sarriá, 1982: derrota fatal, despedida cruel

Hoje é o infeliz aniversário de 25 anos da derrota do Brasil para a Itália na Copa de 82, na Espanha.
Muita coisa poderia ter mudado no futebol mundial se a Seleção Brasileira tivesse ganho aquele jogo. Mas perdemos muito mais do que um jogo e a vaga na semifinal. E quem me lembrou isso, recentemente, foi o amigo Renato Nogueira.
- Perdemos aquele time para sempre. Aquela equipe nunca mais jogou junto. Ela acabou naquele derrota.

3 comentários:

Unknown disse...

Se o mundo é injusto, porque haveria justiça exatamente no futebol? E essa seleção de 82 se junta a outras como a Holanda, Hungria...

Anônimo disse...

O time de 82 me deixou com saudades de seu futegol e da época em q eu torcia para a seleção, algo q já não consigo fazer hoje.

Por outro lado, eu tenho sérias dúvidas em relação a uma sentença q se tornou, de certa forma, uma verdade em razão daquela derrota; a saber, a idéia de que a vitória da Itália sepultou o futebol-arte, inaugurando a era dos volantes cabeças-de-bagre, botinudos, etc.

Pior ainda é quando me lembram um jogo-evento, que anos depois reuniu aquelas mesmas equipes de Brasil e Itália, e que os brasileiros massacraram os algozes da copa fatídica. E daí?

A seleção de 82 está no meu coração, merecia ganhar a copa. Só de lembrar minha avó chorando lá em casa, depois do gol do Eder que desempatou a estréia contra a União Soviética...

Mas essa historinha do fim do futebol-arte...sei não...

Unknown disse...

Eu tinha 18 anos e o telefone tocou. Era uma namorada, chorando:

“Acabou? Acabou mesmo? Mas não é justo acabar assim!”

Ela não se conformava com a derrota do Brasil para a Itália, cinco minutos antes, na Copa de 82.

Porque o que doeu ali foi a consciência de que nunca mais veríamos aquele time. Foi a desilusão. O fim.

Imediatamente um raciocínio incompleto se propagou desde o Sarriá: não valia a pena jogar bonito e perder. E a Seleção passou 12 anos a perder jogando feio.

O trauma começou a se dissolver em 94. Se hoje esperam-se conquistas de Kaká e Ronaldinho Gaúcho, essa crença no talento renasceu com a vitória da geração de Romário e Bebeto. Mas foi também em 94 que se criou a contagem regressiva no caminho do Brasil às finais de Copa. Pegou. Mas há uma segunda leitura quando se diz em triunfo “agora só faltam tantos”: há uma idéia de alívio. Hoje queremos sempre que falte pouco, como se todo jogo fosse apenas uma missão a cumprir. Em 82, cada jogo era um prazer. Queriámos que faltasse muito, que não acabasse mais. Talvez tivéssemos chegado quase a lamentar se aquele time fosse campeão. Teria sido um outro fim. E não queríamos nenhum fim.