Com a palavra, mais uma vez, o amigo Renato Nogueira, "sócio-atleta" deste blog,
Eu tinha 18 anos e o telefone tocou. Era uma namorada, chorando: “Acabou? Acabou mesmo? Mas não é justo acabar assim!”Ela não se conformava com a derrota do Brasil para a Itália, cinco minutos antes, na Copa de 82.
Porque o que doeu ali foi a consciência de que nunca mais veríamos aquele time. Foi a desilusão. O fim.Imediatamente um raciocínio incompleto se propagou desde o Sarriá: não valia a pena jogar bonito e perder. E a Seleção passou 12 anos a perder jogando feio.O trauma começou a se dissolver em 94. Se hoje esperam-se conquistas de Kaká e Ronaldinho Gaúcho, essa crença no talento renasceu com a vitória da geração de Romário e Bebeto.
Mas foi também em 94 que se criou a contagem regressiva no caminho do Brasil às finais de Copa. Pegou. Mas há uma segunda leitura quando se diz em triunfo “agora só faltam tantos”: há uma idéia de alívio. Hoje queremos sempre que falte pouco, como se todo jogo fosse apenas uma missão a cumprir. Em 82, cada jogo era um prazer. Queriámos que faltasse muito, que não acabasse mais. Talvez tivéssemos chegado quase a lamentar se aquele time fosse campeão. Teria sido um outro fim. E não queríamos nenhum fim.
sexta-feira, 6 de julho de 2007
Comentário bom vira post!! (Sarriá, 25 anos)
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