Já está nas livrarias brasileiras "Vida de escritor", de Gay Talese. Por conta disso o jornalista e escritor americano deu três boas entrevistas à imprensa brasileira nos últimos meses (Globo, Estadão e Folha). E, para variar, ele desconstruiu, com sua fina ironia, algumas "verdades" que vêm sendo repetidas por intelectuais-papagaios nos últimos anos, principalmente sobre as mudanças no jornalismo.
- Sobre notícias gratuitas na internet: (entrevista para Sylvia Colombo - Folha de São Paulo)
"Buscar a verdade é a essência do jonalismo. Só que essa busca custa caro. É preciso pagar o repórter, suas contas, suas viagens, seus telefonemas (...) É preciso cobrar pelo que se publica. Porque se trata de uma tentativa de encontrar a verdade, uma verdade que é necessária para a sociedade e que tem um preço".
- Sobre Internet: (entrevista para Sylvia Colombo - Folha de São Paulo)
"Não é possível dar um google em tudo e achar que assim está informado. A internet está cheia de lixo".
- Sobre os perfis que escreve: (entrevista para Sylvia Colombo - Folha de São Paulo)
"Não tenho fascínio pela derrota em si, mas pelas histórias de perseverança"
- Sobre jornalismo com estilo de ficção: (entrevista para Lucia Guimarães - Estado de São Paulo)
"Para que a sua procura pelos fatos tome a forma de narrativa de ficção você tem que conhecer seus personagens muito bem".
- Sobre a cobertura da imprensa americana (entrevista para Lucia Guimarães - Estado de São Paulo)
"Os jornais, principalmente o NY Times, cobrem governo demais e não o país que não vive perto do governo. Se eu fosse o editor, cortava a redação de Washington pela metade e distribuía os repórteres pelo país".
- Sobre pessoas comuns (entrevista para Lucia Guimarães - Estado de São Paulo)
"Muita gente que entrevistei estava falando com um repórter pela primeira vez. Eu sou o historiador das pessoas que não têm história registrada em público"
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