sexta-feira, 5 de junho de 2009

Anote aí no seu caderninho: Verônica Ferriani (http://www.myspace.com/veronicaferriani)


Na última terça-feira eu conheci o Centro Cultural Carioca, no Centro do Rio de Janeiro. O lugar é lindo, por sinal. Fui ver Verônica Ferriani cantar. Não conhece? Azar é o seu. A (linda) paulista de Ribeirão Preto é uma das melhores cantoras surgidas no Brasil nos últimos tempos.
Verônica não caiu na mesmice mercadológica de se tornar mais uma das cantoras bonitinhas que surfam na leveza vazia para serem aceitas pela crítica e pelo público. A moça gosta de onda gigante. Faz o que bem entende com a voz leve e forte, doce e atrevida, clássica e debochada. O maior exemplo disso é a faixa que abre o show e o cd, "Sorriso nos lábios", do genial Gonzaguinha. A canção é um soco no estômago, não é para amadores e amadoras. E Verônica abre a cortina avisando que tem gente nova (e muito boa) na praça.

O cd tem (só) dez faixas e ótimos momentos. O melhor, na minha opinião, é a interpretação magnífica de "Retalhos", de Paulinho Rezende e Paulinho Debétio. A letra é forte, cáustica, irônica. E Verônica passeia com desenvoltura (veja a letra abaixo).

Tá difícil de parar de escutar o cd...

Dê um pulo em http://www.myspace.com/veronicaferriani e confira.

Ah, tem mais uma coisa: tietei a moça depois do show. Ainda por cima é gente boa.
O mundo agradece.

"Retalhos" (Paulinho Rezende e Paulinho Debétio)

A ginga da porta estandarte
O pingo de pinga do santo
O homem que morre de infarte
A reza que quebra o quebranto
O grito de gol na garganta
O herói na televisão
A falta de fome na janta
O gesto agressivo da mão

São coisas do mundo
Retalhos da vida
São coisas de qualquer lugar
Mas se eu fico mudo
Este mundo imundo
É capaz tentar me tentar mudar

A espera da moça do mangue
A mulher que faz um coxixo
O crime lá do Bang Bang
No cine da boca do lixo
O velho mendigo da praça
A nega que nunca negou
O triste palhaço sem graça
No circo que já desabou

São coisas do mundo
Retalhos da vida
São coisas de qualquer lugar
Mas se eu fico mudo
Este mundo imundo
É capaz tentar me tentar mudar


O anúncio do novo cigarro
O trânsito louco varrido
A moça que corre de carro
E tenta sonhar colorido
O triste retrato da morte
estampa o jornal O Dia
Ao lado do riso da sorte
De quem ganhou na loteria

São coisas do mundo
Retalhos da vida
São coisas de qualquer lugar
Mas se eu fico mudo
Este mundo imundo
É capaz tentar me tentar mudar




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