quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A inspiração de Al Capone

PARATY (RJ) - Hoje fui a uma lavanderia aqui em Paraty. Ao chegar perguntei o preço e a moça disse: "O cesto é dezesseis reais. Pode ter até 16 peças". Se você levar uma meia, dezesseis reais. Se você levar 16 peças, custará o mesmo preço. Curioso e interessante para "certas" operações financeiras.
Na Chicago dos anos 20, Al Capone precisava justificar o dinheirão que estava ganhando fora da lei, principalmente com contrabando (no auge da lei seca, ele fez fortuna no mercado paralelo de bebidas). Dinheiro ilegal, que não poderia ser incorporado à movimentação financeira do mafioso sem uma justificativa. E assim ele começou a abrir lavanderias.
Por que lavenderias? Por se tratar de um ramo de negócio no qual a relação entre custo e lucro não é clara, o que torna difícil e subjetiva a fiscalização. Com uma determinada quantidade de sabão eu lavo uma ou dez camisas. Posso dizer que lavei só uma ou posso dizer que lavei milhares.
A dificuldade para se medir a relação entre custo e lucro permitia ao mafioso justificar o dinheiro ilícito como sendo, "na verdade", lucro das suas lavanderias. Como provar que isso não era verdade? Difícil.
Nascia aí a expressão "lavagem de dinheiro". Al Capone lavava o dinheiro sujo nas suas lavanderias.
Outros ramos de comércio, com o mesmo grau de subjetivismo na demonstração de resultados também são utilizados para esse tipo de operação, como hotéis e restaurantes. O noticiário é farto sobre o assunto.

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