quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O verso ("Foguete")

Hoje não vou falar de um verso especificamente. Vou falar de uma canção inteira: "Foguete".
Já falei nessa música aqui no "Joio&Trigo" por causa de um verso específico ("ouvindo a barulheira/que a saudade tinha"). Agora ofereço a íntegra aos amigos.
A interpretação de Maria Bethânia para a obra-prima de Roque Ferreira e Jota Velloso é sensacional e pode ser vista no DVD "Tempo, Tempo, Tempo, Tempo" e no documentário "Pedrinha de Aruanda".

Foguete (Roque Ferreira e Jota Velloso)

Tantas vezes eu soltei foguete
Imaginando que você já vinha
Ficava cá no meu canto calada
Ouvindo a barulheira
Que a saudade tinha
É como diz João Cabral de Mello Neto

Um galo sozinho não tece uma manhã
Senti na pele a mão do teu afeto
Quando escutei o canto de acauã
A brisa veio feito cana mole
Doce, me roubou um beijo
Flor de querer bem
Tanta lembrança este carinho trouxe
Um beijo vale pelo que contém


Tantas vezes eu soltei foguete
Imaginando que você já vinha
Ficava cá no meu canto calada
Ouvindo a barulheira
Que a saudade tinha
Tirei a renda da naftalina
Forrei cama, cobri mesa
E fiz uma cortina
Varri a casa com vassoura fina
Armei a rede na varanda
Enfeitada com bonina
Você chegou no amiudar do dia
Eu nunca mais senti tanta alegria
Se eu soubesse soltava foguete
Acendia uma fogueira
E enchia o céu de balão
Nosso amor é tão bonito, tão sincero
Feito festa de São João


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