sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Para refletir

O "Globo" de hoje traz entrevista com o empresário amazonense Ildercler Poncedeleão. Ele perdeu a esposa, Jamile, e o filho, Levi, na tragédia do avião da TAM, há um mês, em Congonhas. O corpo de Levi, de um ano e oito meses, ainda não foi reconhecido. Seguem abaixo alguns trechos da entrevista.

"Um mês da tragédia e ainda nem começou a dor. Eu ainda vou chegar à minha casa e encontrar o circo desarmado. Para mim, ainda vou encontrá-los lá (...) Essa dor é irreparável. É o fim do impossível. Eu era o homem mais feliz do mundo. Eu amava e tinha certeza de que era amado. Perdi tudo. Minha família foi destruída. É como eu me sinto, esperando agora encontrar Levizinho, o que sobrou dele (...) Se a TAM me der toda a sua frota, devolvo a eles e mais tudo o que eu tenho para que devolvam minhas maiores jóias que foram arrancadas de mim".

Um comentário:

josé lopes disse...

Li esta matéria no Globo. Comungo da dor deste empresário. Porém, diante da dor não está conseguindo (talvez)a racionalidade. Culpa o governo pelo acidente sem levar em conta a responsabilidade da TAM, ou do piloto, o qual não podererá cobrar uma vez que morto. A pista do Aeroporto de Congonhas tem 1.900 de extensão. Posso fazer uma comparação com o calçadão da orla da Praia de Copacabana que tem de extensão do Leme ao Posto Seis um total de 4.000 metros de cumprimento. O avião da tragédia teria então o equivalente para aterrissar com segurança a extensão do Leme ao Hotel Copacabana Palace, quase no meio da Orla de Copacabana. Não a uma velocidade ininterrupta de 180 km por hora. Então não foi problema da pista ou negligência do governo. Este empresário procura culpar o governo Federal dizendo que o aeroporto não tem condições nenhuma de abrigar aeronaves grandes. Como então, milhares de pousos e decolagens ocorreram sem qualquer acidente? Até mesmo na dor, tem pessoas que ainda encontram forças para culpar quem não tem culpa.